quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Meu irmão é meio maluco ou um cientista sem noção, está tentando, há algum tempo fazer uma nova espécie de ave, com o cruzamento da galinha d'angola e o galo caipira. Só que, desta vez ele pode ter tido sucesso, pois eu mesmo, vi várias vezes o galo cruzar com as galinhas d'angola que ele separou junto com o galo...será que dará certo?
Procurando na rede sobre o assunto encontrei essa matéria.



USP Online - Cruzamento de frango caipira com a galinha d?angola, o que dá? Resposta: frangola. Pesquisa coordenada pelos professores Antonio Augusto Domingos Coelho e Vicente José Maria Savino, da Escola Superior de Agricultura ?Luiz de Queiroz? (Esalq) da USP, tem como objetivo desenvolver um novo animal, destinado à criação, com as qualidades dessas duas espécies. A pesquisa faz parte do Projeto Frango Feliz, iniciado há dois anos, no qual se faz o melhoramento genético do frango caipira. ?Queremos animais que possam ser criados sem muita tecnologia?, afirma o professor Vicente.
 
O frango caipira tem como qualidade o rápido crescimento, a maior massa de carne e a alta fertilidade. Já a galinha d?angola é mais resistente a doenças, à falta de abrigo, ao frio e ao calor, o que possibilita sua criação em ambientes mais simples, como pequenas propriedades. Além disso, a galinha d?angola é mais ativa e esperta do que o frango caipira. ?Ela se movimenta mais pelo pasto, o que fortalece a sua musculatura e consequentemente melhora a qualidade da carne?, explica o professor Vicente. A soma dessas características em uma única espécie possibilitaria a um pequeno agricultor melhores condições para a criação em ambiente sem grande infra-estrutura, com baixos custos, mas com qualidade.

A pesquisa iniciou-se em 2002 com o cruzamento entre as duas espécies através de inseminação artificial, mas há registros de cruzamentos espontâneos. A fertilização foi feita tanto entre machos de frango caipira com fêmeas d?angola quanto o contrário. O primeiro ciclo de cruzamentos obteve uma fertilidade (ovos fecundados) de 10%; desses apenas 3,5% resultaram em pintinhos. Já no segundo ciclo, a fertilidade subiu para 80%, dos quais 2,7% resultaram em filhotes. ?A natalidade está baixa, um frango normal tem em média 85% de nascimentos em relação aos ovos fecundados?, afirma o professor Savino. Os pesquisadores estão iniciando o terceiro ciclo e ainda pretendem fazer mais.

Antes de iniciar os testes com o frangola e analisar os resultados para comprovar a qualidade do animal, os pesquisadores querem obter um indivíduo com a capacidade de reprodução preservada, o que ainda não ocorreu: por enquanto, as aves híbridas produzidas são estéreis. Os pesquisadores já contam com 67 frangolas e, segundo Vicente Savino, pretendem chegar a 200 indivíduos para verificar se há a possibilidade de se obter um indivíduo fértil ou se há incompatibilidade genética. ?Acredito que em um ou dois anos já comprovaremos isso. Se não encontrarmos nenhum, desistimos?.

O professor explica que se não houver frangolas férteis para dar sequência à nova espécie, o projeto não cumpre seu objetivo de criar uma ave econômica, pois os custos para produzir animais por inseminação artificial são altos. Apesar de existirem casos de cruzamentos espontâneos, essa prática também aumentaria o custo da criação, pois necessitaria de local apropriado. ?Se juntarmos um galo caipira somente com fêmeas d?angola, e vice-versa, certamente haverá cruzamentos?, afirma o professor.

Frango Feliz

O projeto Frango Feliz tem como objetivo o melhoramento genético do frango caipira através de cruzamento entre indivíduos com boas características. ?Selecionamos as aves com maior qualidade para o corte e com boa reprodução, para cruzá-las e obter bons filhotes?, explica o professor Vicente. Os pesquisadores possuem quatro linhagens: caipirinha e carijó de barba ? boas tanto para o corte como para a produção de ovos ?, e caipirão e 7P, boas para o corte.